B3 reduz latência em 70% e acelera negociações para 350 microssegundos

Com meta de alcançar 300 microssegundos até 2026, bolsa aposta em infraestrutura de baixa latência para atender operadores de alta frequência

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5:36 pm - 12 de junho de 2025
Imagem: Shutterstock

A B3 reduziu em 70% o tempo de execução das ordens de compra e venda no seu sistema de negociação, alcançando uma latência média de 350 microssegundos — menos do que o tempo de um flash fotográfico (1 milissegundo). O avanço foi apresentado nesta quarta-feira (12) durante a Febraban Tech 2025.

Latência é o tempo que uma ordem leva para ser processada e executada dentro da bolsa. A métrica é especialmente relevante para os operadores de alta frequência (High Frequency Traders – HFT), responsáveis por cerca de 40% dos negócios no mercado de ações brasileiro, que utilizam algoritmos para executar milhares de ordens em frações de segundo.

Segundo Rodrigo Nardoni, vice-presidente de Tecnologia da B3, o objetivo da instituição é atingir a marca de 300 microssegundos até 2026. “A melhoria contínua da nossa plataforma de negociação faz parte do planejamento estratégico e tem como foco aumentar a eficiência para os nossos clientes”, afirma.

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A queda na latência vem ocorrendo de forma gradual desde 2023, quando o tempo médio de resposta era de 1,2 milissegundo. A redução foi possível com a adoção de melhorias técnicas, como a implementação de um protocolo binário internacional, que agilizou o processamento das ordens sem alterar os controles de risco existentes.

Hoje, quando uma corretora envia uma ordem de compra ou venda, o sistema da B3 executa uma série de validações – como parâmetros regulatórios e limites de risco – antes de confirmar ou rejeitar a transação. Todo esse processo ocorre, atualmente, em menos de meio milissegundo.

Para reduzir ainda mais o tempo de resposta, a bolsa oferece aos clientes o serviço de co-location — uma infraestrutura dedicada dentro do próprio data center da B3, em Santana de Parnaíba (SP), que minimiza a latência de rede ao manter os servidores dos clientes fisicamente próximos aos sistemas da bolsa.

“A velocidade é importante, mas também temos um dos sistemas mais estáveis do mundo, com disponibilidade próxima de 100% em 2024”, diz Nardoni.

Produtividade com IA

Além da baixa latência, os investimentos em tecnologia trouxeram ganhos internos. A B3 registrou em 2024 um aumento de 71% nas entregas de soluções e uma redução de 28% no tempo de resposta a alertas e demandas de clientes, em comparação com o ano anterior.

Segundo a companhia, a adoção de inteligência artificial em processos de engenharia de software contribuiu para um ganho de produtividade de 8% no ano ado.

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Pamela Sousa

Pamela Sousa é repórter no IT Forum, graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Com mais de três anos de experiência na produção de conteúdo, especializa-se na cobertura de tecnologia, inteligência artificial e inovação, desenvolvendo reportagens aprofundadas e artigos analíticos sobre o impacto dessas tecnologias nos negócios e na sociedade.

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