NASA nega vínculo com brasileira que se apresenta como astronauta
Laysa Peixoto, de 22 anos, afirmou em redes sociais integrar programa espacial americano, mas NASA nega qualquer vínculo com a mineira

A NASA desmentiu oficialmente nesta quarta-feira (11) as declarações de uma jovem brasileira que se apresentava como astronauta da agência espacial americana. Laysa Peixoto, de 22 anos, natural de Contagem (MG), havia publicado em suas redes sociais que integrava a “turma de 2025” de astronautas e participaria de missões lunares e marcianas.
As postagens da jovem ganharam repercussão ao afirmar sua seleção para o que chamou de “astronauta de carreira”. Em suas publicações, Laysa declarou que atuaria em “voos espaciais tripulados para estações espaciais privadas” e em “futuras missões tripuladas à Lua e para Marte”, além de participar do que descreveu como “voo inaugural da Titans Space”.
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Posicionamento da NASA
Um porta-voz da NASA foi direto ao contestar as alegações: a página da jovem “diz que ela é uma astronauta em treinamento, o que podemos afirmar que não é verdade”. A agência esclareceu que possui apenas 10 candidatos oficiais a astronauta, grupo do qual Laysa não faz parte.
Para ingressar no programa de astronautas da NASA, são exigidos requisitos específicos: mestrado em áreas tecnológicas ou de ciências exatas, no mínimo dois anos de experiência profissional relevante e 1.000 horas de voo como piloto-comandante.
Este episódio não representa a primeira controvérsia envolvendo Laysa. Em 2022, ela já havia feito declarações similares, chegando a postar fotografia usando capacete com logotipo da NASA e anunciando ter “concluído treinamento de astronauta”.
Investigações revelaram inconsistências em sua trajetória acadêmica. A UFMG confirmou o desligamento da estudante do curso de física após ela não efetuar matrícula no segundo semestre de 2023. Paralelamente, a Universidade Columbia, onde Laysa alegava cursar pós-graduação em Aplicação de Computação e Física Quântica, declarou não possuir registros de sua matrícula.
Questionamentos sobre empresa espacial
A Titans Space, mencionada nas publicações da jovem, confirmou sua seleção para uma viagem espacial, porém sem especificar se na condição de profissional ou cliente pagante. A empresa comercializa experiências espaciais para civis a partir de US$ 1 milhão.
Contudo, a istração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) informou que a Titans Space não detém licença para realizar operações comerciais de voos espaciais tripulados. Adicionalmente, o nome de Laysa não figura entre os membros da equipe técnica listados no site oficial da empresa para a missão prevista para 2029.
Complexidade da carreira espacial
Profissionais do setor espacial destacam a rigorosidade necessária para a profissão. Conforme explicam especialistas, tornar-se astronauta demanda extenso período de preparação e qualificação acadêmica superior, além de não permitir ingresso acelerado devido aos riscos envolvidos.
O processo inclui avaliações físicas rigorosas, exames psicológicos detalhados e formação técnica abrangente, uma vez que as missões espaciais envolvem desenvolvimento científico e tecnológico de alta complexidade.
Procurada pelo g1 para esclarecimentos via Instagram no início de junho, Laysa direcionou as questões para sua assessoria de comunicação. Posteriormente, sua equipe comunicou estar compilando informações que serão divulgadas oportunamente.
*Com informações do g1
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